Saudades do que a gente ainda não viveu

07/06/2019

Mas quem diria O Pegador, famoso por pegar e não se apegar, teve o coração fisgado pela Garota da Ilha do Maruim.

Tudo começou quando os dois, por acaso, se cruzaram no InstaGrande. Foi amor à primeira vista. Quer dizer, a primeira teclada.

Para impressionar, a gata disse que valia por quatro, e as quatro queriam pegar o Pegador. Ui!

O Pegador, fazendo jus ao nome, marcou um encontro, às 8h da noite, num escurinho da subida da ladeira da Sé. Pra namorar não existe lugar melhor. (Pra ser assaltado também). Depois dariam uma chegada até a Tapioca da Zeinha, ao Acarajé da Morena Ró Axé e a Caipifruta do Gordo.

Mas aí pintou uma bronquinha. A Garota estava sem grana pro Uber. Ir a pé da Ilha do Maruim para o Alto da Sé, não ia rolar.

O Pegador, desenrolado todo, pediu a um amigo que trabalha na Kombi do ovo, que emprestasse a Kombi à boneca. E assim o amigo fez. Deixou a Kombi na casa da Garota da Ilha do Maruim.

Sete e trinta da noite a gigante saiu de casa dirigindo a Kombi. O que ela não imaginava é que a propaganda da Kombi funcionava no automático:

"Atenção freguesia, está passando na sua rua o carro do ovo. Uma cartela com 30 ovos por apenas dez reais".

Uma verdadeira multidão saltou na frente da Kombi. Ela não conseguiu evitar... Teve que vender toda a carga de ovo.

Pra encurtar a história... Ela só conseguiu chegar ao local do encontro três horas depois. Mas aí O Pegador, aborrecido com o ovo, quer dizer, com o bolo, já tinha ido embora. A Garota ainda tentou falar com ele pelo Insta, mas o grandão havia excluído a conta.

Foi aí que, desolada, ela fez uma postagem em que havia um rosto, uma lágrima e a frase: Saudades do que a gente não viveu!

PS.: De tudo ficou uma lição: vender ovo dá uma grana legal.

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Criação: Edmilson Nascimento